O Panteísmo é, em certo sentido, uma concepção moderna dessa doutrina. Para o panteísta, Deus está presente em todos os seres e coisas, sendo, pois, Ele e a natureza uma coisa só. O mais conhecido sistema panteísta da Filosofia é o de Espinosa (1632-1677), embora a doutrina panteísta tenha florescido mais recentemente na obra de Emerson (1803-1882).
Embora rejeitada pelo racionalismo filosófico, a Ciência moderna nos surpreende, convergindo exatamente nessa direção. Segundo tal visão revolucionária, o mundo não é absurdo consoante afirmava Sartre (1905-1980) e, tampouco, o homem surgiu nele por acaso, mas o universo, desde o início dos tempos, parece ter conspirado para o aparecimento da vida e do Homem.
Para se dar conta de que a Terra, o Mar, o Ar e o Fogo estão cheios de coisas
vivas basta olhar para eles. Mas são poucos os pensadores que se atreveram a
fazer distinções objetivas entre o Homem e a natureza, entre o mundo visível e
invisível. A Humanidade deve a Paracelso (1493-1541), notável médico e
cientista, a mais completa e lúcida exposição sobre esse ramo da Filosofia que
lida com as substâncias espirituais. Paracelso, cujo nome completo era
Philippus Aureolus Paracelsus von Hohenheim, é considerado, com todo o
direito e honra, como o promotor da grande revolução científica do Renascimento,
pespegando, por isso, o epíteto de "Lutero da Medicina".A idéia de que a Terra, o Mar e o Ar são habitados por seres invisíveis e inteligentes pode parecer ridícula à mente prosaica de nossos dias. Essa doutrina, entretanto, encontra a adesão de muitos cientistas e filósofos, dentre os quais, Paracelso foi o primeiro. Do mesmo modo que a natureza visível é habitada por um número infinito de criaturas viventes, assim também, segundo ele, a contraparte invisível da natureza é povoada por uma hoste infinita de seres.
Em seu livro "Philosophi Occulta" (em latim), Paracelso acrescenta que, enquanto o Homem é composto de várias naturezas (espírito, alma, mente, corpo) combinadas em uma unidade, o Elemental ou Espírito da Natureza não tem senão um princípio, que é o éter de que se compõe e no qual vive.
O leitor deve ter em mente de que quando se fala em éter o que se designa é a essência espiritual de um dos quatro elementos. Existem tantos éteres quantos elementos e tantas famílias distintas de espíritos da natureza quantos éteres existem. Essas famílias estão completamente isoladas dentro de seu próprio éter e não tem contato com os seres dos outros éteres. Mas como o Homem tem dentro de sua própria natureza centros de uma consciência sensitivos aos impulsos de todos os quatro elementos, é possível para qualquer dos elementos comunicar-se com ele sob condições apropriadas. Isso significa que cada espécie move-se apenas no elemento ao qual pertence e nenhum passa de seu meio-ambiente para outro. A Igreja reuniu todas essa entidades elementais sob o nome geral de demônios.
A palavra demônio nem sempre teve o sentido que os cristãos lhe atribuem. Foi a Igreja que satanizou esse termo, identificando-o com o espírito do mal. Os gregos chamavam daemon (demônio) a alguns elementais, especialmente os de ordem elevada. O mais famoso desses daemons foi o misterioso espírito que instruiu Sócrates e do qual o grande filósofo falava nos termos mais elevados.
Muitos dos grandes pensadores tiveram a assistência de uma entidade que pode ser considerada como elemental. Jakob Böhme (1575-1624) dizia-se inspirado por um "anjo", o mesmo ocorrendo com Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), fundadora da Sociedade Teosófica.
Paracelso afirma que os elementais não são meramente espíritos, porque dispõe de um corpo sutil e material que, na doutrina teosófica é denominada de astral, capaz de, em determinadas circunstâncias, manifestar-se no plano físico. Em certas situações, tais entidades podem agir sobre o ser humano, quando este lhes dá espaços em sua mente. O Conde de Gabalis procurou demonstrar, com exemplo, a união de um ser humano com um elemental. Entre os filhos de tais uniões, ele assinala Hércules, Aquiles, Enéias, Teseu, Platão, Alexandre Magno e Apolônio de Tiana.
A Filosofia de Paracelso recebeu a influência do naturalismo renascentista, tendo tido um papel decisivo na progressiva evolução da magia naturalista para a ciência experimental. Em seu tempo foi ele aquela poderosa tempestade que separava ou reunia tudo o que, até então, ninguém tivera a coragem de tocar. Vemos em Paracelso o precursor da Química, além da Psicologia empírica. Durante toda a sua vida lutou pelos seus grandes projetos de reforma das artes médicas. Em virtude de seus grandes conhecimentos herméticos foi considerado por muitas autoridades de seu tempo como membro ou mesmo como mentor da misteriosa Fraternidade Rosacruz.
A partir das teorias dos cientistas aqui citados, poderíamos considerar esses espíritos da natureza como uma espécie de humanidade, se não fosse o fato de nenhum deles nem os mais elevados possuírem uma individualidade permanente que se reencarne. É por isso mesmo, e pelo fato de terem um éter apenas, podemos afirmar que a evolução humana é diferente dos espíritos da natureza. Mas sejam quais forem as etapas dessa evolução, pouco ou nada sabemos a respeito dela.
Tratamos até aqui dos quatro elementos ou espíritos da natureza, comentando as obras de autores antigos e modernos, em especial as de Paracelso. Gostaríamos, agora, ao concluir, examinar sucintamente o problema dos quatro elementos tal como é visto pela Maçonaria.
A Ciência moderna abandonou, desde Lavoisier (1743-1794), a teoria dos Quatro Elementos, mas essa tomada de posição, embora plenamente válida sob o ponto de vista científico, não pode servir de argumento refutativo à teoria hermética, de vez que esta não é uma Física, mas uma Metafísica.
A "purificação" pelos "quatro elementos", próprio do Rito Escocês Antigo e Aceito é essencialmente de natureza hermética. Quem quiser compreender realmente a iniciação maçônica em qualquer grau, deve ter em mente que esses "Elementos" não são, de modo algum, os corpos da Física e da Química, traduzidos pelos termos de Terra, Água, Ar e Fogo, mas abstrações que devem ser consideradas princípios de vida.
Estes são, se formos ao fundo das coisas, as verdadeiras realidades do universo, a partir das quais as aparências sensíveis e tangíveis tomam forma. É a sua ação quádrupla e combinada sobre o Homem que transforma o aspirante em iniciado, preparando-o para a iluminação final.
Referência Bibliográfica
1) Revista Planeta, nº.56, artigo de Lívio Vinardi: Os Elementais da Natureza e suas Relações com a Alquimia e a Yoga;
2) Mackey, A. Gallatin. In: Enciclopédia de Ia Francomasoneria, 1981;
3) ABRINES, Lorenzo Frau. In: Dicionário Enciclopédico de Ia Masoneria, 1976, Vol. l, pág. 478;
4) Hall, Manly Palmer. Masonic, Hermetic, Cabalistic and Rosacrucian Simbolical Philosophy.
é a transformação da consciência humana em consciência divina.
O antigo instrumento utilizado para fazer ventosas era a cabaça, conhecida naquela época como “curubitula” que em latim significa ventosa. Nas regiões primitivas do mundo, a ventosa tem registos históricos que datam de centenas a milhares de anos. Nas suas formas mais primitivas, era utilizada pelos índios americanos que cortavam a parte superior do chifre dos búfalos, com cerca de 10 cm de comprimento, provocando o vácuo por sucção oral na ponta do chifre, sendo de seguida tamponado. O uso de ventosas no Ocidente antigo era um elemento terapêutico corriqueiro e de grande valor panaceico. Pois por falta de outros recursos médicos, a ventosaterapia era utilizada praticamente na cura de todas as doenças. Abordado por essas épocas como um instrumento curativo mágico, pelo contacto intimo com o interior do corpo através do sangue. Ela era respeitada também pela sua actuação no elemento energético gerado pela respiração. Teoria que se aproximava dos conceitos de Medicina Oriental.
O uso das sanguessugas como terapêutica foi comum na idade média no ocidente. Em Portugal os “barbeiro-sangradores” eram geralmente, os técnicos encarregados de aplicar sanguessugas, por concessão de uma licença cedida pelo cirurgião-mor. Naquela época, em Lisboa, foram publicados vários livros sobre o assunto, e os salões de barbear eram o local de venda das sanguessugas.
O que distingue estas habilidades primitivas dos chineses, das outras áreas do mundo, é a extensão do seu subsequente desenvolvimento, dentro da estrutura da tradicional fisiologia e patologia. O Método Chifre foi posteriormente substituído por outros métodos de sucção posteriormente desenvolvidos, em que se obtinha o efeito de ventosa utilizando-se cúpulas de bambu, metal e posteriormente vidro. A sucção é obtida actualmente, colocando-se uma substância cadente na ventosa antes de coloca-la sobre a pele, aquecendo-a com água quente, ou com o bombeamento do ar para fora desta uma vez posicionada na pele.
Pode-se utilizar a ventosa para produzir o “efeito massagem” que consiste em mover as ventosas sobre superfícies grandes e lisas do corpo, tais como as costas e as coxas, nestes casos são utilizadas ventosas de boca média a grande, e em primeiro lugar deve-se lubrificar a zona do corpo que se vai massajar. Esta massagem tem o efeito de remover a pele ressacada pela abertura dos poros e pela transpiração. Mecanicamente, aumenta o fluxo da linfa, reduzindo o edema, mantém a flexibilidade dos músculos, retira as adesões e as fibroses e mobiliza o funcionamento dos órgãos, descongestiona os bloqueios de energia, activa a circulação e o funcionamento geral do corpo.